"De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu encanto
E rir meu riso e derramar meu pranto
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."
Vinícius de Moraes*
(1913-1980)
Advogado, Compositor, Escritor, Poeta, Cronista, Crítico de Cinema, Cantor.
*Moraes, Vinícius: Antologia Poética. Editora do autor, Rio de Janeiro, 1960, p.96.
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