"A voz do papagaio nada tem a ver com a do homem, a quem imita:
para início de conversa, como nas demais aves, seu som não é produzido por cordas vocais, mas por uma membrana, a seringe, situada entre os brônquios e a traqueia.
De uma espécie de ave para outra existem diferenças na membrana,
assim como nos músculos que a fazem vibrar para produzir a onda sonora -
daí a diversidade do canto dos pássaros.
"A seringe de uma ave canora é muito mais complexa do que a dos papagaios",
compara a bióloga Elizabeth Höfling, da Universidade de São Paulo.
"Em compensação, o cérebro do papagaio tem uma capacidade de aprendizado maior para imitar sons.
Outras aves conseguem a mesma proeza, como certas araras e as gralhas.
Já os pássaros pretos, excelentes imitadores, preferem copias outras espécies -
por exemplo, canários". " *
Revista Super Interessante
Edição 36, setembro de 1990
*trecho obtido no livro
Gramática da Língua Portuguesa
Roberto Melo Mesquita
São Paulo: Saraiva, 2002, p. 52
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