Como usar o “apud” ou como fazer uma citação direta de outra citação direta?

   Bom dia! O uso do “apud”, entre as muitas expressões latinas que costumam ser utilizadas ao longo dos textos acadêmico-científicos, sempre gera alguma dúvida. Reportando meu artigo publicado em 07 de dezembro de 2014, intitulado "Como usar o “apud” ou como fazer a citação da citação”, cujo link é: [http://www.abntouvancouver.com.br/2014/12/como-usar-o-apud-ou-como-fazer-citacao.html]. Voltemos hoje a este assunto, para dirimir algumas dúvidas recebidas por email, em especial para a Priscila Feitosa. ...

   Se utilizarmos o trecho apresentado em meu artigo de dezembro de 2014, poderemos observar que a entrada da referência à obra consultada foi feita logo no início do parágrafo. Vamos ao Exemplo 1, extraído do texto de Silva (2006):

Salanova, Hontangas e Peiró (1996 apud GONDIM e SILVA, 2004), definem motivação como sendo uma ação endereçada a objetivos, sendo autorregulada, biológica ou cognitivamente, persistente no tempo e ativada por um conjunto de necessidades, emoções, valores, metas e expectativas. 

   Entretanto, a citação de um determinado autor que refere a citação de outro, como é o caso, pode SIM ser feita no final do parágrafo, contanto que não seja colocada “solta” dentro do texto.

   Mas, o que isto quer dizer, afinal?

   É simples: os parágrafos de seu texto vão sendo desenvolvidos dentro de uma coesão e coerência lógicas do assunto em questão, sendo que em determinado momento, e até para enriquecer esse texto, o redator insere uma citação direta sem antes “explicar ou dar pistas ao leitor”. 

  É como neste caso, em que estou detalhando esta explicação, e decido utilizar o conteúdo do Exemplo 1, sem nada explicar, apenas inserir a citação direta, referindo os autores apenas no final da citação. Vejamos como ficaria a partir do Exemplo 2:

Motivação como sendo uma ação endereçada a objetivos, sendo autorregulada, biológica ou cognitivamente, persistente no tempo e ativada por um conjunto de necessidades, emoções, valores, metas e expectativas (SALANOVA, HONTANGAS e PEIRÓ, 1996 apud GONDIM e SILVA, 2004). 

   O ideal é que a leitura seja fluida, sem que o leitor tenha que parar para compreender as nuances da metodologia, sem que sua atenção seja desviada do conteúdo existente.

   Eu, particularmente, acredito que o Exemplo 1 é mais coerente com a fluidez do texto, afinal, estou informando de início em qual autor eu obtive a definição para “motivação”.

   Entretanto, inúmeros orientadores definem tal forma como "poluição visual" do texto. E de certa forma, eu concordo. Sob esta perspectiva, eu prefiro o modelo do Exemplo 2. Seja como for, os dois modelos estão de acordo com a regra da ABNT.

   Para adaptar esta situação e referir as obras/autores em questão apenas no final da citação, e ainda, atender ao meu estilo de redação, eu faria algo parecido com o Exemplo 3, vejamos:

   

   Entre as várias definições para o que realmente significa motivação, tem-se que: 

Motivação como sendo uma ação endereçada a objetivos, sendo autorregulada, biológica ou cognitivamente, persistente no tempo e ativada por um conjunto de necessidades, emoções, valores, metas e expectativas (SALANOVA, HONTANGAS e PEIRÓ, 1996 apud GONDIM e SILVA, 2004). 

   Seria uma forma de simplesmente não inserirmos uma citação direta "solta" no meio dos parágrafos em desenvolvimento. São aspectos a serem considerados e adaptados conforme o estilo do aluno/redator, e com o cumprimento das normas da metodologia, mas, principalmente, da graça e inteligência que cada um de nós pode imprimir aos próprios textos.

   Espero ter colaborado para que a(s) sua(s) dúvida(s) seja(m) sanada(s), mas caso reste(m) outra(s), peço que escreva(m) para o meu email diretamente.

   Bom domingo!

Regina Del Buono

abntouvancouver@gmail.com

REFERÊNCIAS: 

SILVA, Washington Carlos Maciel da. Motivação nas Organizações: Um Estudo em Organização Pública do Poder Legislativo. Monografia [MBA] apresentada ao Curso de Gestão em Pessoas da Fundação Getúlio Vargas. Núcleo de Brasília. Coordenação de Biblioteca do Centro de Documentação e Informação da Biblioteca Digital Câmara dos Deputados. Brasília, DF, 2006.