No último dia 13, avistei mais uma, entre centenas de notícias sobre as agressões praticadas por alunos contra seus professores, que trazia a chocante fotografia da profa. Marcia Friggi, no episódio que sofreu em Santa Catarina, algo realmente impressionante! ....
Em grau bem diferente, eu mesma, que sou professora particular, também enfrento, por vezes, situações agressivas, porém, verbais.
O fato é que, se observados os dados publicados na matéria da Priscila Cruz, da UOL Educação, podemos perceber que não é apenas no Brasil que tais problemas ocorrem, os quais eu, particularmente, atribuo, entre outros fatores, ao estilo de vida que temos em tempos contemporâneos.
Se por um lado, os avanços pedagógicos nos levam por caminhos a estimularmos, desde a tenra idade a autonomia dos indivíduos, por outro, as mudanças nas formas de educar, a vida dentro e fora do âmbito familiar, as novas tecnologias e possibilidades com as quais “imaginamos” tratar-se de uma educação moderna, para algumas categorias sociais, seja de ricos ou de pobres, fazem da autonomia adquirida com que crianças, adolescentes e jovens sejam cada vez mais egocêntricos, vorazes por conquistas pessoais e um posicionamento pessoal e social que deixam de lado aspectos fundamentais para a vida em sociedade, como os princípios da ética, respeito e boa educação.
No Brasil, some-se a tudo isso, as profundas desigualdades sociais, que marginalizam grande fatia populacional, negligenciada pela escandalosa falta de políticas públicas para saúde e programas sociais que incentivem algum tipo de controle familiar, e que sejam realistas e efetivas quanto à educação básica formadora e realista, políticas que corrijam falta de capacitação, políticas para a segurança nacional, as quais, por não existirem, permitem que o crime organizado seja mais eficiente do que o próprio governo, perdido em suas mazelas e disputas entre corruptos e corruptores, numa imensidão de crimes e estratégias nefastas.
Mas, afinal, num mundo em que as grandes potências se ameaçam publicamente, via redes sociais, por que, afinal, não violentar àquela classe que faz com que, cada um de nós encontre um caminho profissional, posto que nascemos analfabetos e sem quaisquer saberes científicos, por que não ofender, xingar, desafiar ou bater e surrar professores?
Regina Del Buono
CRUZ, Priscila Cruz. "Por que os professores são agredidos?" Disponível em:
[https://educacao.uol.com.br/colunas/priscila-cruz/2017/09/13/por-que-agredimos-nossos-professores.htm]; acesso em 13 set 2017.
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