Olá! Hoje quero me dirigir àqueles(as) professores(as) que produzem conteúdos voltados ao Ensino, mais conhecidos por conteudistas. Refiro-me aos textos desenvolvidos para os diferentes alunos matriculados em cursos presenciais ou à distância, já que boa parte desses materiais falham no elemento mais fundamental desse tipo de produção textual, que é justamente a menção às obras e autores especializados em determinado assunto.
Eu poderia seguir neste pequeno artigo apenas com a minha opinião sobre este tema, porém, a questão é justamente essa: não basta escrever para meus alunos e leitores apenas a partir dos meus saberes, mas devo trazer fontes que relatam a importância do mesmo e ainda, para o despertamento dos estudantes das diferentes idades com quem lidamos diariamente, seja no Ensino Fundamental, Médio ou Superior.
Segundo Pontuschka, Cacete e Paganelli (2009, p. 216), mencionados por Chaves et al. (2017, p.86), “sob a denominação de recursos didáticos inscrevem-se vários tipos de materiais e linguagens como livros didáticos, paradidáticos, mapas, gráficos, imagens de satélite, literatura, música, poema, fotografia, filme, videoclipe, jogos dramáticos”.
A este respeito, Costa (2018, p.4, referindo SHIN & McGEE, 2003) ensina que:
Treinar os estudantes nas práticas argumentativas é permitir-lhes ver que a construção do conhecimento científico é um processo em trânsito no qual as ciências são questionadas, e, muitas vezes, mudadas ou revistas. Argumentar cientificamente, envolve “propor, sustentar, criticar, avaliar e refinar ideias, algumas das quais podem conflituar ou competir, acerca de um assunto científico".
Embora defenda que os professores, em geral, detenham uma gama significativa de conhecimentos e saberes desenvolvidos ao longo de suas vidas acadêmicas e no Ensino - o que é incontestável - Silva (2012) também refere a importância de que tenhamos em mãos - tanto os professores quanto os alunos - um material que direcione os conteúdos a serem trabalhados/conhecidos em dado momento. Este autor explica que:
[...] O livro didático tem assumido a primazia entre os recursos didáticos utilizados na grande maioria das salas de aula do Ensino Básico. Impulsionados por inúmeras situações adversas, grande parte dos professores brasileiros o transformaram no principal ou, até mesmo, o único instrumento a auxiliar o trabalho nas salas de aula (SILVA, 2012, p. 806).
Por sua vez, eu penso e observo na literatura que se o que se pretende é transmitir ensinamentos em materiais teóricos – notadamente os livros didáticos - nada mais justo do que mencionar as fontes nas quais as informações foram lidas e obtidas, ensejando que esses(as) alunos(as) tenham sua curiosidade despertada, levando-os(as) a pesquisar, por conta própria, novos conceitos inerentes às áreas de seus interesses.
Ainda para Costa (2018), este é o meio de aguçar o pensamento dos sujeitos, e com isso, levá-los a pesquisar fatos, refletirem sobre as possibilidades e criar hipóteses, e assim aprenderem a debater sobre os assuntos com os demais.
Nas palavras de Santos (2014, p. 7):
A produção de material didático se apresenta como um instrumento importante nesta situação, pois parte de uma situação problema concreta do professor de dinamizar e facilitar o ensino e aprendizagem de conteúdos e conceitos em sala de aula, além de “emancipar” o professor, deixando de ser um “mero consumidor” para ser produtor de conhecimento.
Acredito sinceramente que quando se pretende contribuir para a transmissão de novos conhecimentos para os indivíduos - seja no Ensino Médio, Técnico ou Superior - é importante que se tenha o cuidado em pesquisar teorias, selecionar ideias e conceitos, e sobretudo, informar em seu texto as fontes utilizadas, mostrando aos universitários(as) que a sua produção didática foi devidamente pesquisada e que está fundamentada na literatura.
Com isso, nossos alunos e alunas podem ir além de nossos ensinamentos por iniciativa própria, até porque aprofundar-se nas regras para a escrita científica apresenta caminhos para os(as) acadêmicos(as), quanto à importância no cuidado da produção em questão.
Bom trabalho!
Regina Del-Buono
email: abntouvancouver@gmail.com
REFERÊNCIAS
CHAVES, Luciana Domingues; FELIX, Leandro Robson; ROSENDO, Jussara Dos Santos; CASTANHO, Roberto Barboza. A importância dos recursos didáticos para a formação dos professores de geografia. Espaço em Revista ISNN: 1519-7816 v. 19, n. 2, jul./dez. 2017. p. 84-92, jul.-dez/2017. Disponível em: [https://www.revistas.ufg.br/espaco/article/view/51833]; acesso em 18 nov 2020.
COSTA, Ausenda. Desenvolver a capacidade de argumentação dos estudantes: um objectivo pedagógico fundamental. Revista Iberoamericana de Educación. ISSN: 1681-5653. n.º 46/5. P.1-8, 25 jun 2018. Disponível em: [https://rieoei.org/historico/deloslectores/2233Costa.pdf]; acesso em 18 nov 2020.
DEL-BUONO, Regina C. NBR 10520/2002 - Argumentação e fundamentação teórica no texto acadêmico-científico. Publicado em 20 set 2020. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2020/09/nbr-105202002-argumentacao-e.html].
__________. Como elaborar um texto de acordo com a redação científica. Publicado em 04 mar 2018. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2018/03/como-elaborar-um-texto-de-acordo-com.html].
__________. A importância da Fundamentação Teórica em uma Monografia. Publicado em 09 fev 2014. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2014/02/a-importancia-da-fundamentacao-teorica.html].
__________. O que é metodologia de pesquisa? Publicado em 21 set 2014. Disponível em: [http://www.abntouvancouver.com.br/2014/09/o-que-e-metodologia-de-pesquisa.html].
SANTOS, Mauricio Caetano dos. A importância da produção de material didático na prática docente. Disponível em: [http://www.cbg2014.agb.org.br/resources/anais/1/1404098564_ARQUIVO_AImportanciadaProducaodeMaterialDidaticonaPraticaDocente.pdf]; acesso em 18 nov 2020.
SILVA, Marco Antonio. A fetichização do livro didático no Brasil. Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 37, n. 3, p. 803-821, set/dez. 2012. Disponível em: [https://www.scielo.br/pdf/edreal/v37n3/06.pdf]; acesso em 12 mai. 2019.
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